
Por isso, e para acabar ainda mais com as ambigüidades, geralmente usa-se pontos de referência para fazer saber o intelocutor de que lado você está falando. O meu lado do Méier, o lado de lá diga-se, é o lado do Bombeiros, do Jardim do Méier e da Igreja. Só há essas três possibilidades. Não que não haja mais pontos de referência, mas o Bombeiros pelo seu vermelho aceso, o Jardim pelo verde em meio ao cinza da cidade, e a Igreja pelo seu medievalismo cor de adobe são definitivamente os tons que pintam quando alguém pensa no lado de lá.
A Igreja do Imaculado Coração de Maria é, na verdade, uma basílica, que em arquitetura é o termo usado desde os helenos para designar um grande espaço coberto. Cristãos e afins se apropriaram do termo para intitular seus templos. Mas o que a Basílica Coração de Maria me lembra é, sem dúvida, um grande castelo medieval.
O fato de não ter as paredes pintadas, deixando aparentes o jogo dos tijolos com os vitrais e as serrilhadas nas torres me reportam diretamente aos romances de cavalaria à Suassuna. Mesmo porque, no fundo, o estilo da basílica não é tanto medieval, mas mais mourisco. Diz-se que é o único templo católico mourisco no Rio, quiçá no Brasil. Outros, por sinônimo, se referem ao único templo mozárabe.

Para quem não é católico (aliás, como eu), não custa (aliás, não custa nada mesmo!) admirar a beleza estética do prédio. Amém!
por: Viktor Chagas
Fonte: www.overmundo.com.br
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