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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

História da RCC no Rio de Janeiro

Este é um breve relato, que não pretende, e nem poderia, reunir todos os fatos que ocorreram naquele tempo. Ele surge a partir das experiências dos pioneiros em nosso Estado.

A história da Renovação Carismática Católica no Estado do Rio de Janeiro nos leva de volta no tempo à década de 70. Nesta década, os pioneiros da Renovação experimentavam este novo sopro de Deus para sua Igreja e lançavam-se sem temor a Seu serviço. Seus relatos nos revelam o quanto esta "novidade" tornava particularmente difícil a implantação dos trabalhos no estado, porém, são justamente estes que testemunham o quanto Deus se fez superar sobre cada um dos obstáculos. Obstáculos principalmente de comunicação, de formação e de aceitação. Não era incomum encontrar aqueles que temiam ser um "movimento momentâneo", algo meramente copiado dos irmãos protestantes, algo, inclusive, nocivo à Igreja. Porém, no decorrer do tempo, Deus revelou sua vontade.

Nosso ponto de partida é o ano de 1972. Irmã Lucille Lang, norte-americana, da Congregação de Nossa Senhora do Retiro no Cenáculo, juntamente com outros sacerdotes e alguns leigos, promoveu, no primeiro semestre daquele ano, a primeira Experiência de Oração do Rio de Janeiro, no Cenáculo de Laranjeiras. Na verdade, o retiro não possuía ainda este nome, mas já o seu esquema. Para este primeiro retiro, foram convidados, através de cartas, diversos religiosos, religiosas e alguns leigos. Dentre estes estava Irmã Trindade Campos, Missionária Serva do Espírito Santo, na época Superiora do Colégio Imaculado Coração de Maria, no Méier. Ela conta como o retiro ocorreu: sem nenhum evento extraordinário, mas cheio de sutis surpresas. O diferencial estava na profundidade das orações espontâneas, na vivacidade das pregações, na inexplicável "Força Interior" que brotava corajosamente nos corações.

Em agosto de 1972, em seu Colégio no Méier, Irmã Trindade fundava o primeiro Grupo de Oração da cidade do Rio de Janeiro, o G.O. Água Viva. Este grupo contava inicialmente com cerca de 30 participantes - alunos, pais de alunos, funcionários e religiosas do colégio. Em questão de meses, as reuniões dentro da capela do colégio foram transferidas para o salão nobre e o número de participantes já era superior a 200. É bem verdade, que na década de 90 soube-se que em Campos, no Convento dos Padres redentoristas houve um grupo que funcionava desde junho de 1972, mas que já havia se extinguido.

Os números revelam a força de crescimento do Movimento naquela década, apesar de todos os desafios, apesar da pouca estruturação do Movimento, apesar do pouco material informativo e apesar do espanto dos mais paradigmáticos. Registros demonstram que em menos de 3 anos o estado já possuía diversos grupos na capital. Os pioneiros foram: Méier (G.O. Água Viva - 08/1972), Humaitá (G.O. Betânia - 01/1973), Tijuca (G.O. Mãe das Américas - 09/1973), Cascadura (G.O. Alabarê - 04/1974), Cavalcanti (G.O. Maranatha - 01/1975). Por todo estado em pouco tempo também foram surgindo grupos. Foram pioneiros, Campos dos Goytacazes (G.O. N.S. Auxiliadora 11/1972), Volta Redonda (G.O. São João - 01/1974), Niterói (G.O. João XXlll 06 - 1975), Petrópolis (G.O. Nª Sª do Amor Divino - 02/1976), Nova Iguaçu (G.O. Espírito Santo 04/1976). É evidente que muitos outros grupos surgiram neste período, porém foram estes os registrados. A dificuldade de registro não estava na aceitação de seus trabalhos, mas na dificuldade de comunicação. Naquela época, a maioria dos grupos surgia dentro de residências e poucos dentro de paróquias.

Todo esforço de registro e acompanhamento estava com os primeiros participantes destes acontecimentos. Os grupos se uniam e deles saíam as lideranças. Já na década de 80 havia diversos grupos e um bom andamento dos trabalhos. Eram realizados Seminários de Vida, Experiências de Oração, Aprofundamentos e palestras por toda capital e pelo estado. As equipes de serviço eram formadas pelos coordenadores de grupos e membros de seus núcleos. Citam-se: Dom Cipriano Chagas, Irmã Trindade Campos, Gilda Celeste Santana, Helena Rios Machado, Maria Lucia Viana , Wilma Rodrigues de Oliveira, Luis Carlos Agostini etc. Os retiros eram organizados em casas de retiro, colégios e paróquias de acordo com a necessidade e a disponibilidade de local. Os seminários eram profusos e extremamente frutuosos. Havia muito serviço a realizar e muita disposição também.

Este relato pode parecer heróico e distante da atual realidade, entretanto o Deus que enchia aqueles corações de ardor e força missionária é o mesmo que continua a agir hoje na Renovação. A história que o Movimento apresenta deve nos servir de estímulo, para não desistir frente às dificuldades, nem desanimar. Ma enfrentando-as, no Espírito, prosseguir decididamente!


Fonte: www.rccrj.org.br